sábado, 12 de dezembro de 2009
Quem deve cuidar do Planeta? - Por Leonardo Boff
Mas há uma diferença entre Noé e nós. Ele construiu uma arca que salvou a muitos. Nós não estamos dispostos a construir arca nenhuma que salve a nós e a natureza. Isso só é possível se diminuirmos consideravelmente as substâncias que alimentam o aquecimento. Se este ultrapassar dois a três graus Celsius poderá devastar toda a natureza e, eventualmente, eliminar milhões de pessoas. O consenso é difícil e as metas de emissão, insuficientes. Preferimos nos enganar cobrindo o corpo da Mãe Terra com band-aids na ilusão de que estamos tratando de suas feridas.
Há um agravante: não há uma governança global para atuar de forma global. Predominam os estados-nações com seus projetos particulares sem pensarem no todo. Absurdamente dividimos esse todo de forma arbitrária, por continentes, regiões, culturas e etnias. Sabemos hoje que estas diferenciações não possuem base nenhuma. A pesquisa científica deixou claro que todos temos uma origem comum pois que todos viemos da África.
Consequentemente, todos somos coproprietários da única Casa Comum e somos corresponsáveis pela sua saúde. A Terra pertence a todos. Nós a pedimos emprestado das gerações futuras e nos foi entregue em confiança para que cuidássemos dela.
Se olharmos o que estamos fazendo, devemos reconhecer que a estamos traindo. Amamos mais o lucro que a vida, estamos mais empenhados em salvar o sistema econômico-financeiro que a humanidade e a Terra.
Aos humanos como um todo se aplicam as palavras de Einstein: “somente há dois infinitos: o universo e a estupidez; e não estou seguro do primeiro”. Sim, vivemos numa cultura da estupidez e da insensatez. Não é estúpido e insano que 500 milhões sejam responsáveis por 50% de todas as emissões de gases de efeito estufa e que 3,4 bilhões respondam apenas por 7% e sendo as principais vitimas inocentes? É importante dizer que o aquecimento mais que uma crise configura uma irreversibilidade. A Terra já se aqueceu. Apenas nos resta diminuir seus níveis, adaptarmo-nos à nova situação e mitigar seus efeitos perversos para que não sejam catastróficos. Temos que torcer para que em Copenhague entre 7 e 18 de dezembro não prevaleça a estupidez mas o cuidado pelo nosso destino comum.
Leonardo Boff é autor de Opção-Terra. A solução para a Terra não cai do céu, Record 2009.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
HOUVE UM NATAL - Por Emerson Monteiro
Com tais obras, vivi momentos deliciosos, na casa onde morava com meus pais, no Bairro Pinto Madeira, em Crato. O bangalô, construído ainda na década de 40 por “Seu” Pergentino Silva, denominava-se Vila Daïro; possuía andar térreo e um segundo pavimento rodeado e encimado por lajões de cimento armado. Nessa casa, passei, com a família, 12 anos inesquecíveis. Ao centro de ampla área, cercava-se de mangueiras, sirigueleiras, pinheiras, goiabeiras, etc., e dispunha, em sua fachada principal, da sombra frondosa de enorme timbaúba, que nos agraciava com generosa folhagem e canto dos mais variados pássaros.
No andar superior, quase todo deserto, habitávamos eu e meu irmão mais velho, Everardo, às vezes sequenciados pelos irmãos de minha mãe, Nairton, Neimann e Nirson, que se demoravam algum tempo a estudar em Crato. Ali permanecíamos quase todo o dia, depois das aulas, a ler e escutar rádio.
A propósito desses presentes e de outros que, às vezes, retornam às minhas recordações dos Natais, quando ouço críticas à figura de Papai Noel, que deixaria para tantas mentalidades, durante a fase natalina, em segundo plano a pessoa de Jesus, o Mestre Divino, indago comigo mesmo o que há de errado de alguém existir como o bom velhinho que distribui lembranças, a simbolizar a alegria e a felicidade. Multidões esquecidas no decorrer de todo o ano, quando, por ocasião do Natal, acontece de merecer das suas mãos alguns brindes, em alusão ao aniversário de Jesus.
Quero crer, por isso, na dupla figuração do ícone Papai Noel, que, além de movimentar as vendas nos finais de ano, pela satisfação que pode ocasionar, seja também o espírito da bondade em ação, mais parecido com o sentimento de doação e fraternidade que percorre o mundo nesta doce temporada da humanidade cristã.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
PROGRAMAÇÃO
Dia 19/11/09 (quinta-feira)
Às 1930 horas
SOLENIDADE DE ABERTURA
Local: MUSEU NACIONAL DA REPÚBLICA
Esplanada dos Ministérios
Ministro Fernando Haddad
Dia 20/11/09 (sexta-feira)
Às 9 horas
Palestra: A LÍNGUA PORTUGUESA E A CIBERNÉTICA
Palestrante: Magnífico Reitor José Romualdo Degasperi – UCB
Moderador: professor Virgilio Pereira Almeida- Diretor do Curso de Letras
Debates: 09:20 às 09:30 horas.
Às 09.30 horas
Palestra: A LÍNGUA TRANSPORTA VALORES
Palestrante: Professor Adriano Moreira- Presidente da Academia das Ciências de Lisboa.
Moderador: José Carlos Gentili – Presidente da Academia de Letras de Brasília
Debates: 09:50 às 10 horas
Às 10 horas
Palestra: A LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL
Palestrante: Professor Cícero Sandroni – Presidente da Academia Brasileira de Letras
Moderador: Acadêmico Adirson de Vasconcelos
Debates: 10:20 às 10:30 horas
Ás 10:30 horas
Palestra: ACORDO ORTOGRÁFICO
Palestrantes: Professor João Malaca Casteleiro- Academia das Ciências de Lisboa
Professor Evanildo Cavalcante Bechara- Academia Brasileira de Letras
Moderador: Professora Maria Zélia Borges / Universidade Mackenzie de São Paulo.
Final dos debates: 11 horas
Palestra: UNIVERSO ESTRATÉGICO DA LÍNGUA
Palestrante: Embaixador Jerônimo Moscardo – MRE ( Fundação Alexandre de Gusmão)- Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
Moderador: Acadêmico Sérgio Couri
Debates: 14:20 às 14:30 horas
Ás 14.30 horas
Palestrante: Diretor Geral Marcelo F. Vasconcelos Cavalcanti
INES- (Instituto Nacional de Educação de Surdos)
Moderador: Acadêmico Raul Canal
Debates: 14:50 às 15 horas
Às 15 horas
Palestra: O BRAILE E O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Palestrante: Diretora Geral Érica Deslandes Magno Oliveira
IBC – Instituto Benjamin Constant
Moderador: Acadêmico Innocêncio Viegas
Debates: 15:20 às 15:30 horas
Às 15:30 horas
Palestra: CAPACITAÇÃO DA DOCÊNCIA
Moderador: Acadêmico Iran de Lima
Debates: 15:50 às 16 horas
Palestra: A LÍNGUA PORTUGUESA NA COMUNIDADE EUROPÉIA
Palestrante: Senador Cristovam Buarque
Moderador: Acadêmica Edylcéa Nogueira De Paula
Debates: 16:20 às 16:30 horas
Às 16:30 horas
Palestra: O BRASIL E A CPLP
Palestrante: Deputado Federal José Fernando Aparecido de Oliveira
Moderador: Acadêmico William de Carvalho
Debates: 16:30 às 17 horas
DIA 21 (SÁBADO)
Às 9 horas
Palestra: A PROTEÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL À LÍNGUA PORTUGUESA
Palestrante: Subprocurador Geral da República Adalberto Nóbrega
Moderador: Romildo de Azevedo – Vice-Presidente da ACLEB
Às 09:30 horas
Palestra: O PAPEL DA MÍDIA NA DIFUSÃO DA LÍNGUA
Palestrante: TV Globo/ Alexandre Garcia
Moderador: Acadêmico Ulisses Riedel
Debates: 09:50 às10 horas
Às 10 horas
Palestra: ENSINO A DISTÂNCIA - UMA PRIORIDADE NACIONAL
Palestrante: Celso José da Costa – Diretor de Educação à Distância- CAPES/MEC
Moderador: Acadêmico Ático Vilas Boas
Debates: 10:20 às 10:30 horas
Às 10:30 horas
Palestra: A LÍNGUA PORTUGUESA NO FUTURO
Palestrante: Professor emérito Wamireh Chacon – Universidade de Brasília
Moderador: José Carlos Gentili – Presidente da Academia de Letras de Brasília
Debates: 10:50 horas às 11 horas
Às 11 horas
ENCERRAMENTO DO CONGRESSO
Informações e Inscrições: Fone: (61) 3448-7250
Campus II UCB, SGAN 916 – Módulo B, sala 128
CEP 70790-160 – Brasília – DF
Email: clpbras@gmail.com
Secretário: João Maia
www.acleb.org.br
domingo, 18 de outubro de 2009
À CONTROLADORIA DO CLIMA, URGENTE - Por Emerson Monteiro
Poucos fenômenos da história conhecida demonstram o tamanho da bronca desse egoísmo galopante que agora parece dominar a mentalidade dos mortais comuns. Iniciaram a longa caminhada futucando beiras de mangue, à busca dos siris abobalhados, catando gravetos para assar javali, no fundo das cavernas escuras, regado a suco de amoras fáceis, nas matas ali por perto, e hoje, graças ao uso desenvolvido de ferro e fogo, arrombam as portas mais intransponíveis do ecossistema, a pretexto de aumentar os ganhos nos produtos internos brutos, para engordar o erário das nações e gerar lucros fantásticos, desaparecidos no ventre promíscuo da besta e nos esgotos das bolsas do mundo, cifras faraônicas transmitidas no cair da tarde pelas telinhas fosforescentes e práticas dos caixões eletrônicos trepidantes.
Enquanto isso, as mãos atadas dos indivíduos apenas perguntam, através das pontas de dedos aos teclados dóceis, onde e quando terminará tanta imbecilidade produzida na farra das autopistas, excrementos de massa informe comandada ao som da voz dos expoentes forjados à custa da ganância e do peso em ouro retirado ou a retirar dos cofres da mesma fornalha coletividade. Líderes artificiais, inautênticos, animais de laboratórios, genéricos, transgênicos.
No outro dia, de narizes entupidos, amarrados nos para-brisas da existência metálica, gargantas doloridas, olhos ansiosos, barrigas obesas, dilatadas ao vento, na força dos momentos incertos das curvas da estrada de Santos, etc.
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(Bom, até aqui era o que vinha escrevendo, nesta manhã bonita de domingo de outubro, quando a máquina travou (das tantas desobediências que comete no transcorrer das produções bissextas).
Nessa hora, enquanto aguardava o retorno das funções, pensei comigo: Também, cara, tu, numa época dessas de calor e sequidão, ondas gigantes, incêndios de matas, desmatamentos galopantes, bombas nucleares acesas em poder de povoados, resolve desancar a civilização para teu puro deleite doméstico de fim de semana, no teu ócio desse quintal solitário, sem quaisquer conseqüências práticas, lógicas e racionais? Quer destoar, com isso e sem condição alguma, o velho coro dos contentes, sem mais nem menos, muito menos autoridade? Baixe a bola, cara, e deixe correr o barco. Logo tu, que vem dos termos memoráveis da estação das flores, The Beatles, Tropicalismo, Cinema Novo, egresso desconfiado sobrevivente da geração perdida dos anos 60, escondido na burocracia dominante, boêmio inveterado, lotado de literatura até dizer chega? E esquecido, nos dias de sol que se apresentam mais constantes e tórridos, das madrugadas esplendorosas e suas alvoradas magistrais? Calma, meu irmão camarada, a toda geração suas contradições e esperanças, e não foste tu quem iniciou o projeto do Universo. Jamais queira tirar a alegria dos que riem nas praças ao som das pagodeiras intensas. Deixe transitar, na tela do infinito os dramas cotidianos, mesclados na dança das horas. Viver a vida, sorrir e sonhar. Faça sua parte. “A cada dia se bastam as preocupações de cada dia”. Cumpra o papel que lhe compete, que assim não atrapalha a performance dos outros, nem esgota suas chances de sucesso).
Deste modo, cumpri a promessa feita a mim mesmo de que, caso recuperasse o documento (qual se verificou) me retrataria perante o leitor, em tempo de reavaliar as ideias que vinham chegando um tanto amargosas quanto à atualidade. Desta vez ninguém fala de guerra ou desassossego. Nada disso, pois “há um tempo para o pássaro, há um tempo para o peixe”, do poema de Vinicius de Morais. Esteja pronto a todo instante. Viva a vida com arte!